
SONETO
Vertiginosa e leviana é tua face
De orgasmos em cinismo possuída
O batom esconde a herpes, a ferida
E as tramóias ordinárias do recalque
Amaldiçôo o ventre são que a origina
E a doçura angelical que te circunda.
Espalhando sua verdade moribunda
E a gargalhada magistral de assassina
Finja prostituta, enquanto goza
E beija como um porco come bosta
Numa amarga convulsão agonizante
Reza e pede a Deus pela doença.
Eles não sabem se a noite foi intensa
Ou se a morte vai beber refrigerante
A foto pode ofuscar ou, até mesmo ilustrar, o poema abaixo:
VOLUPIA
Se alguém procura a palavra-carne
Signo, símbolo-libido
Em desejos e orgasmos deste mundo,
A palavra será volúpia.
Que riqueza, que sonoridade.
Pronuncie silaba por silaba:
VO-LU-PIA!
Até a articulação da língua e dos lábios
É libidinosa ao pronunciarmos
O mais lânguido de todos os vocábulos.
Volúpia, voluptuosa, voluptuosidade...
Se alguém precisa de algo nesta terra
Este algo é a volúpia.
Que a volúpia esteja presente
Em todas as horas do meu dia
E nas pecaminosas madrugadas
Nalguma orelha quente eu sussurre
Minha palavra preferida:
Volúpia, volúpia, volúpia.........