Saturday, August 26, 2006

DO POETA

É muito triste ser poeta.
Toda a vez que a reencontro
Eu fico um tanto quanto tonto
De uma forma estonteante.

Ainda bem que sou poeta
E como poeta sei
Que o passado nunca volta.
A VADIAGEM DIGNIFICA O POETA

Se o trabalho dignifica o homem,
Quero ser indigno, insignificante.
As coisas mais brilhantes que fiz e vivi
Sugiram do ócio, do tédio e da vadiagem.

Ao invés de acordar cedo e cumprir horário,
Prefiro levantar a qualquer hora;
Uma cerveja gelada,
Um vinil na vitrola,
Imaginando uma tarde promissora
Com a vizinha da frente

Dessas e de outras manhãs
É que são feitas as poesias.