Sunday, September 16, 2007

Já foi?

Que todas as clarezas sumam dos teus olhos
Freqüentemente cegos para mim
Em sussurros e água limpa
Pura, incongruente e fria
E dispenso teu sorriso
E abomino o seu perdão.

Mas se tive seu amor
Se te perdi
E se as ondas do naufrágio
Que ninguém viu,
Nem mesmo você,
Teimam em banhar
O céu, a lua e a sujeira
Dos teus pés descalços?

E temos que andar
Testemunhas de sonhos que agonizam
Prontos pra se enveredar
Por nova esperança,
Noutro milagre
E finda
Lento,
Só, incerto, mas sincero.

Em cada estrela-cadente
Eu gritava o teu semblante
Esperando misericórdia
De algum deus que compreenda
Que não há como esquecer
Ou simplesmente
Prosseguir.

Deixa a vida bater
E açoitar os nossos corpos
Sem que peçamos ao meteorito
Que fingia ser estrela que caía
E cortava o meu vazio
E consolava meus cabelos.