Sunday, July 09, 2006

Tarde

Em carretéis de sois nordestinos
Do meu canino em teu mamilo vibra
O recital de um labirinto finito.

E mastigo o carinho essencial
E esqueço por ande andávamos descalços.
Pelos paralelepípedos, cascalhos,
Embalados pra viagem
Em nossa concha de moluscos.

Sorriamos um beijar sem precedentes.
Desbravadores das lajes frias,
Molestadores de ideários sujos,
Inominados e sem prefácio definido.

É bom lembrar de certo cheiro
De guria assustada
E o reverberar dos seus anseios
Com o desprezo e a dedicação
De quem bebe o gole das últimas
Águas ardentes.

No verão de toda a brasa decomposta
As fumaças são sugadas.
E rejubilo embriagado
Recriando a improvável textura
Daquela saia azul cinza.

3 Comments:

Blogger Jorge Ferreira said...

the show must go on! ou o que achou da m'usica?...
grande abraco

9:20 PM  
Blogger Daniel Barbosa said...

cara muito bom esse poema, deu prá sentir um clima bem interior, alagoinhas, paralelepídos. namorinho de portão do século 21.

2:54 PM  
Blogger Antonio Diamantino Neto said...

Fico feliz que tenha gostado.

6:49 PM  

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