Saturday, December 02, 2006















Canção do amor e do tempo.

Dizem que o tempo é o melhor remédio
Como eu gostaria de um remédio, uma seita
Um narcótico ou qualquer outra coisa que fizesse o tempo
Andar depressa ou me transportasse
De volta ao passado.

No passado, era só o presente.
Sem a consciência deste tempo.
E agora vejo a época ausente
Como a verdadeira alegria
Só que eu não sabia que a vida
Era fotografia perfeita em magistral película.

E hoje, na tristeza deste fim de tarde
E hoje na tristeza deste fim de vida
É que olhamos para trás e notamos
Que não fizemos a coisa certa
No tempo certo.

O tempo.
Você quer a previsão do tempo?

O meu céu está bem cinza,
Minhas nuvens carregadas,
Os meus olhos vão nublando,
Furacões vão se formando
No meu eu deserto
No meu eu sozinho
No meu eu inóspito.

Dissestes que se te amo,
É melhor deixar-te sozinha.
Te recitei do que dissestes,
Dezavessei a própria alma
E a versão era sombria
E saia dos teus lábios.

Lábios que tanto beijei e agora dizem
Que não me amam mais.

É, eu que sempre achei que era amado demais
E acreditei que jamais me deixarias.
Eu, que nas trevas da noite
Busco o sol e a luz do dia,
Preciso urgentemente
Voltar no tempo.

Amo o tempo e odeio o tempo também.
Tempo que venero quando passado
Tempo que detesto se presente
Tempo que deprime a minha idéia de futuro.

Antes dizíamos que não existe dar um tempo.
E agora?
Agora não há mais tempo!

Me sinto como um louco
Que corre desesperadamente
Contra o tempo.

2 Comments:

Blogger Jorge Ferreira said...

voltando...

1:34 AM  
Blogger Tiago Moreira said...

Belo poema Diamantino, gostei do blog, dos escritos, só precisa maior periodicidade na coisa.
Parabéns, e grande abraço.

11:58 AM  

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