
(Poesia publicada pela primeira vez na revista ARTE&POLÍTICA, editada por Miguel do Rosário, juntamente com esta foto da lapa no Rio antigo)
Húmus carioca
Fluxos e crucifixos de intensa decadência
São a ânsia-temor de tais lábios ressecados
Sulcados de esperma, fósforo e saliva
Virgens de langor, paixão ou vaidade.
Semblante de sacrossantissima beleza
Corpos de ciúmes, carvão e agonia
Escorre das estrias e altares
Gotas de suor embalsamado e fede
Como tudo mais a nossa volta fede
E disfarçamos feromônio com perfumes.
Inebriantes e inefáveis senhas de um segredo
Muitas vezes ao ouvido sussurrado
Deja-vus fazem lamber tuas espinhas
Purulentas a lua morta de um Leblon.
Escatológica previsão do acaso
E não venha com esse papo de destino
Um universo uivando e não ouvimos
Distorcido acorde em lingerie
Sejam toscas as visões dessa neblina
Silhuetas de Vênus que secretam
Placenta e lagrimas indômitas.
1 Comments:
Com certeza, meu caro e denro de todo o podre que é belo, conseguimos emergir, na chapada, em Feira ou mesmo em Berlim.
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