Cachoeira perde, como cidade da magia, muito da sua áurea de encantamento com o voô perfeito criado no espaço e no tempo pelo célebre poeta Damário da Cruz.
Minha tristeza Barata, Edimar, Pirulito, Suzart, não vem banhada na fluidez das águas do Paraguaçú e na intimidade da batalha pela poesia, pela palavra, pela arte! Não possui aquela saudade de quem o acompanhou em célebres jornadas vocabulares nos paralelepípedos cachoeiranos, mas tem a verdade e as lagrimas de poeta que sente a importancia dos audaciosos versos nesse poetico mundo sem poesia! Morre o homem, fica seu pouso e as eternas palavras...
Que jubilo ao lembrar que no final do ano passado, numa das visitas ao Pouso da Palavra, pude conversar com o sempre gentil Damário, olhar nos seus olhos e dizer tudo o que sentia acerca da importancia dos seus versos repletos de simplicidade de barro moldado pela chuva...
E o poeta sorriu de contentamento e eu quase fraquejei diante do sorriso, mas falei da sonoridade, das imagens, do ritimo, dos finais surpreendentes e repletos de lirismo e eu, falei...
Eu nunca quis que as noites amanhecessem iguais...
E quis muito dizer e disse ao homem que escreveu os versos, sobre a importancia sem precedentes desses versos.
Sua desmaterialização foi com indicios de boemia, do fumo de todos os poetas, da desconsideração com um futuro sem disfarces...
Descançar nunca, onde quer que voe, estará confabulando com as letras, colorindo as existencias, alçando voôs imortais...
Meu luto não é pela transcedencia do espírito, mas por um mundo sem aquele magico poeta...
Saudades...
Todo risco
(Damário da Cruz)
A possibilidade de arriscar
É que nos faz homens
Vôo perfeito
no espaço que criamos
Ninguém decide
sobre os passos que evitamos
Certeza
de que não somos pássaros
e que voamos
Tristeza
de que não vamos
por medo dos caminhos
1 Comments:
Nossa, bendita seja Cachoeira e que lindos versos os de Dalmário!!!
Adorei sua estilística e mais que isso, a essência do que vc escreve.
Blog massa!
Beijoo!
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